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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Meta de ano novo


Houve dois episódios em 2019 do que acreditei ser uma recaída da depressão. Um que durou mais ou menos um mês entre junho e julho e outro menor na segunda metade de novembro. Precisamente em períodos em que as atividades diárias atingem o ápice, devido ao fim do semestre da faculdade e do trabalho. Provavelmente por não me sentir bem trabalhando com o que trabalho e por muitas vezes sentir que não sirvo para o curso que estou fazendo, o aumento de responsabilidades com tarefas e prazos acaba liberando muito estresse na minha corrente sanguínea e me fazendo sentir mal. Realmente mal. Ao ponto de achar que o pesadelo da doença estaria voltando e aniquilaria com o pouco que pude construir nesses anos todos de trabalho. A bem da verdade, foram crises emocionais motivadas pelo aumento do estresse, algo que pode-se considerar natural. Mas a sensação que tive foi de uma iminente catástrofe se formando. Creio que muito desta sensação esteja fundamentado no medo que sinto de voltar a ter um quadro depressivo debilitante. Estar deprimido é como estar acorrentado da cabeça aos pés, a vida simplesmente para de acontecer e fica-se preso num looping de pensamentos e sensações ruins. O período em que estive à mercê da doença me levou a caminhos muito sofridos, arrependimentos e rancores difíceis de carregar. Foram etapas muito tristes onde estive perdido e fiz as piores escolhas possíveis. E morro de medo de ter que voltar para aquele lugar.

Em outro aspecto, as coisas no meu trabalho estão em constante mudança. O cenário já esteve bem positivo cheio de esperanças no passado, hoje nem tanto. Tenho feito coisas para andar em direção aos meus sonhos, iniciado trabalhos que espero serem a semeadura de uma colheita de longo prazo na minha vida. Iniciei projetos, investi tempo e energia em ideias que creio serem a abertura de um caminho benéfico. Tenho plantado muito o que entendo serem boas sementes. Mas não posso negar que a instabilidade do meu futuro no meu atual trabalho, somado com o esgotamento da paciência em ter que fazer coisas que desprezo, tem me enfraquecido o ânimo dia após dia. Por ser a única fonte de sustento e por ser a inauguração de um período no qual eu saí da posição de humilhado para a de sonhador, acabo valorizando muito o que tenho no momento. Sentindo medo de perder o que Deus me deu e ter que voltar à vida amarga onde a insuficiência era a regra. Tenho medo de as coisas mudarem para pior e ter que amargar novamente derrotas que me fizeram tão mal no passado.

Tanto na vida emocional quanto na vida profissional o medo é o mesmo, ter que regredir e voltar ao quadro tenebroso em que me encontrava tempos atrás, quando a vida não fazia sentido e pra onde eu olhava só via escuridão. E esse medo é tão real que chega a prejudicar minha rotina, interferir no meu sono, somatizar doenças no meu corpo. Talvez essa seja a pior coisa que possa me acontecer: ter que voltar para a vida que eu levava antes de despertar para as responsabilidades de uma vida em busca de fazer o certo.

A chegada do fim do ano motiva os pensamentos de planos para o futuro. Por isso me vejo nessa situação de avaliar as possibilidades e ensaiar cenários. E, infelizmente, tenho uma tendência cruel de esperar sempre o pior. Mesmo que nos últimos anos os acontecimentos tenham sido no sentido do exato contrário, com importantes vitórias e conquistas sendo somadas à minha biografia. Não sei o quanto desse pessimismo é simples mau hábito e o quanto é sintoma da própria depressão controlada que tanto me preocupa. Não me lembro de qualquer época em que esperei o melhor ao invés do pior. Acho que faz parte de quem eu sou, e, talvez, seja um bom aspecto a ser trabalhado para mudar. Enfrentar as situações com esperança, com fé. E seguir andando na ponte escura que é a vida com coragem, mesmo sem saber o que há pela frente. Eu gostaria de viver assim. Por isso, estabeleci que no ano que vem me esforçarei bastante para mudar esse aspecto da minha personalidade. Abrir mão do pessimismo, como quem se livra de um vício. E passar a viver aproveitando melhor o presente, grato e satisfeito com o que tenho ao invés de preocupado e triste de medo de perder. Creio ser essa uma boa meta para 2020.

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