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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Ondas de pensamentos



Desde pequeno tenho tendência a me perder em pensamentos. Lembro que cheguei a ter problemas com isso na escola, quando ficava imaginando cenas e histórias ao invés de me concentrar nas aulas. Não era um aluno de todo ruim mas, também não era aplicado o suficiente para ter destaque. Exceto nas matérias que me agradavam estudar, que eram respectivamente ciências e artes, no resto eu apenas conseguia pontuação suficiente para passar de ano, e nada mais. Grande parte desse desempenho aquém do esperado se devia ao fato de eu não conseguir me manter concentrado por muito tempo em determinadas coisas que eram importantes para as avaliações. Simplesmente não conseguia manter o foco nas explicações das professoras. Minha mente começava a flutuar em devaneios ao menor sinal de tédio. Lembro de passar horas olhando pela janela da sala, pensando, imaginando histórias enquanto a aula rolava. Angustiado esperando as horas passarem para poder sair de lá e ir para casa.

Essa característica me acompanhou por toda infância e adolescência. Aos 13 ou 14 anos cheguei a ser reprovado no primeiro ano do ensino médio. Havia trocado de escola, uma instituição bem melhor do que as anteriores onde estudei, mas não conseguia me concentrar em nenhuma aula. Lembro de reclamar disso em casa. Fui atendido no SOE (serviço de orientação ao estudante) da escola, meus pais me levaram ao neurologista onde fiz exames que não constataram nada de anormal, usei homeopatia (meus pais adoravam tratamentos alternativos), mas nada parecia resolver, ou sequer encontrar o problema. Somado ao desinteresse que eu sentia pelas aulas, ficar sonhando acordado me custou a primeira e única reprovação escolar que tive.

Hoje, na vida adulta, isso ainda me causa sérias dificuldades. Volta e meia preciso chamar minha própria atenção de volta ao que está bem na minha frente. Seja um problema no trabalho, uma aula na faculdade, uma reunião, um telefonema ou uma conversa, seguidamente minha mente começa a viajar sem qualquer cerimônia e eu simplesmente paro de ver e ouvir o que deveria para me perder em imagens mentais que variam desde releituras da realidade até versões absolutamente fantasiosas dos fatos. Tal como quando era muito criança, mesmo com todas as responsabilidades da vida adulta, eu me perco em devaneios por minutos que acabam fazendo falta para o entendimento completo do que estou fazendo. Sempre me obrigando a focar o pensamento e “voltar para a realidade”.

Quando estou de folga, sem nenhum compromisso próximo, seguidamente fico parado por horas, sim horas, viajando por dentro da minha própria cabeça. Contando histórias para mim mesmo enquanto o tempo passa. Embora o corpo esteja parado, a atividade mental é elevadíssima. Por vezes chego a ficar bem cansado de tanto pensar e acabo adormecendo e, não raro, sonhando com as imagens que havia criado.

Não sei o quanto disso seria normal, pois não vejo ninguém a minha volta fazendo nada nem parecido. Ninguém com tanta “vida interior” assim. Reconheço que há um exagero mas, simplesmente não tenho controle. Basta um minuto de algo que pede minha atenção ser menos atrativo para que automaticamente eu comece a me distanciar do que está acontecendo e voar para longe. Distraído, apesar da expressão de seriedade no rosto.

Tenho dificuldades para aprender coisas que não são muito agradáveis ao meu gosto, enfrento situações tensas por não conseguir memorizar o suficiente do que deveria. Me perco durante as aulas e acabo precisando intensificar muito os estudos às vésperas das avaliações. Esqueço de compromissos, deixo tarefas para fazer depois que acabam caindo num limbo de onde nunca sequer serão lembradas. Devido à tanta atividade mental, vivo cansado e sem motivação para nada. Ansioso por um descanso que nunca vem, já que mesmo em repouso as ondas de pensamentos não param.

Outra consequência dessa característica é a criação absurda de pensamentos negativos que ocorrem quando algo desperta minha ansiedade. Basta ter um trabalho para entregar, agendar a data de uma prova ou programar um encontro para que comecem a se formar ondas crescentes de pensamentos imaginando cenários futuros catastróficos com extremo realismo. Sinto o coração palpitar, as mãos suarem, a tristeza da frustração de coisas que só aconteceram na minha mente. Sofrer por antecipação tem um outro sentido pra mim, é em um grau muito mais elevado do que vejo as outras pessoas fazerem. Eu crio histórias vívidas onde tudo deu errado e eu preciso lidar com as consequências. Sofro por situações ruins que frequentemente sequer vão acontecer e, desdobro os fatos em outras situações ainda piores, numa cadeia de eventos imaginados totalmente negativa. Os pensamentos parecem surgir como vírus se espalhando por toda a consciência. Me levando a ficar totalmente esgotado por coisas que não são reais. Quando percebo, já estou há horas dedicando minha atenção interna a ondas de pensamentos ruins infundados, pessimistas, oriundos de qualquer coisa que me cause ansiedade. Ás vezes, essas ondas duram dias a fio, me deixando mau humorado, cansado, frustrado. Ajo como se tudo que eu faço tivesse prestes a vir abaixo, como se não houvesse nada certo na minha vida. Fica mais difícil dormir com tanta atividade mental, e mais difícil acordar também, já que o descanso fica bastante prejudicado.

É como se meu cérebro não relaxasse nunca, como se minha mente fosse um furacão de pensamentos que, ou me esmaga, ou leva para longe. Para lidar com isso eu uso medicação, devidamente receitada pelo psiquiatra, que ajuda a fazer menos “associações” de pensamentos e não me perder em paranóias. Além de tentar controlar o fluxo de atividade mental meditando sempre que lembro. Fico em silêncio, parado, apenas respirando e prestando atenção na respiração, tal como aprendi com um amigo. Isso funciona muito melhor do que eu pensava e realmente ajuda a controlar boa parte do problema. Mas, infelizmente, não existe nada que resolva 100% da situação. Atividades ou assuntos que despertam meu interesse, como escrever ou ler algum bom livro com o tema que me atraia, fazem minha mente acalmar e focar. E nesses momentos vejo o quanto anseio por um pouco de ordem mental. Quando encontro algo que desperta meu interesse ao ponto de focar meus pensamentos e começar a aprender coisas novas sem esforço, fico obcecado pelo que estou fazendo. Se é um livro, leio até não aguentar mais. Se é um jogo, jogo até minha cabeça começar a doer e ser obrigado a parar. O mesmo ocorre com filmes, video-aulas ou conversas com pessoas interessantes. Repito compulsivamente aquilo que acalma minha mente por muitas e muitas horas, até estar fisicamente incapacitado. Quando descubro um assunto interessante para escrever, o texto sai rápido e abundante. Como se “deslizasse” para fora da minha mente, não importando quanto tempo leve no processo. O que me leva a crer que quando estou concentrado em algo que me desperta interesse, tenho um grau de comprometimento muito acima do comum. Chego a pensar que se pudesse converter toda a motivação que tenho para trabalhar em algo que goste seria capaz de produzir resultados notáveis. Sinto que vivo em desperdício, na verdade, sendo obrigado a dedicar minha atenção à coisas que não suporto. E por isso nunca ter resultados realmente grandiosos no que faço. Sendo que poderia me concentrar e produzir mais do que qualquer um se pudesse me dedicar a algo que me prenda a atenção.

Infelizmente, quase nada do que tenho como obrigações na vida atrai meu interesse a esse ponto. Por isso aproveito as horas de folga para, pelo menos no lazer, poder acalmar as ondas de pensamentos. Já que, no dia a dia, sempre que preciso me concentrar em algo importante a sensação é a de domar um cavalo selvagem. Por mais que eu me esforce, é difícil absorver conhecimentos que não me atraem. E não tenho qualquer controle sobre o que me desperta interesse. Mesmo sabendo que é meu dever aprender e lembrar, mesmo que esteja claro que meu futuro depende disso, eu não consigo. Por isso minha mente se perde em pensamentos, voa longe, o tempo todo. Me deixando aéreo para quase tudo e consumindo minha energia com coisas não produtivas.

Tenho permanentemente esse quadro de hiperatividade mental que me custa bastante caro. E essa acaba sendo mais uma daquelas coisas que preciso aceitar do jeito que são, me esforçar para fazer o que é certo e seguir em frente. Não tenho controle sobre isso e nunca encontrei uma forma de reduzir o ritmo ou pelo menos ordenar a bagunça dentro da minha cabeça. Trata-se de uma condição que não me traz nada de benefício e frequentemente me afasta de alcançar bons resultados. Do mesmo jeito como não controlo tantas outras coisas na minha vida, essa é uma característica minha que se revela de extrema importância, pois ocupa muito espaço na minha vida. É uma das minhas tarefas lidar com isso e seguir vivendo, cumprindo compromissos e evoluindo da melhor forma que posso. Tentando manter o foco e remendando os problemas que isso me causa.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Acordar para viver


Acordar de manhã sempre foi um problema para mim. Desde criança o sono e o desânimo que sinto ao despertar são quase incapacitantes. Não consigo ter um mínimo de força de vontade para sair da cama e ir até o banheiro para a higiene matinal. Aquele trajeto de poucos passos parece ser uma carga pesada demais para carregar, e, mais do que isso, parece um tipo de castigo, uma punição cujo motivo desconheço.

Apesar disso, consegui vencer o desafio de superar a dificuldade de acordar vezes o suficiente para ter hoje uma vida profissional razoável, com conquistas pessoais que não teriam sido possíveis se tivesse ficado dormindo o tanto quanto gostaria.

É preciso estar acordado para se viver. Não por acaso certas religiões relacionam o ato de dormir com uma proximidade com a morte. Quando dormimos entramos em uma realidade particular, não presa às regras do mundo físico. “Desligamos” por um tempo, enquanto o corpo mergulha em variados níveis de relaxamento. E nesse estado não interagimos com outras pessoas, não trabalhamos em favor de nada, não temos experiências de vivência. E geralmente, sequer as lembranças dos sonhos conseguimos manter vivas por muito tempo.

O sacrifício para acordar pode ter vários motivos que vão desde certas condições biológicas até o estado mental em que se encontra a pessoa. É bem verdade que muitos casos podem ser diagnosticados como puramente preguiça, mas há de se levar em conta os que não são. Os estudos na área dizem que há justificativas em quadros clínicos para a dificuldade de acordar pela manhã. O que leva a crer que pelo menos uma parte das pessoas que tem esse problema enfrentam uma situação mais difícil de vencer do que simplesmente mudar um hábito. Apesar disso, os compromissos que exigem atenção seguem sendo necessários e é preciso lutar diariamente contra si mesmo para enfrentar mais um dia.

O melhor a se fazer para enfrentar a situação é ter acompanhamento profissional. Médicos e terapeutas podem oferecer preciosas soluções para quem busca melhorar. Mas nada mudará o fato de que a batalha deve ser travada internamente, fazendo prevalecer o dever sobre o querer momentâneo.

Independentemente do fato de se estar motivado pela manhã, é preciso levantar da cama e cumprir com as obrigações. Ceder à vontade de ficar sob os cobertores será sempre uma escolha errada que trará arrependimento e algum nível de sofrimento posterior. Ter isso em mente é importante para fazer a escolha certa. Por mais que o corpo pareça implorar por mais algumas horas de descanso, acredite, não é disso que que você precisa. Se tocou o despertador é porque você precisa levantar. E isso está diretamente relacionado à vida que se quer ter. Tudo começa a acontecer quando acordamos e para de acontecer quando dormimos. Se as coisas precisam mudar, é uma necessidade básica estar acordado para promover as mudanças. Se é preciso manter, é preciso a vigília para cuidar dos interesses.

Crie uma rotina de autodesenvolvimento que o obrigue a cumprir horários logo pela manhã. Acorde, faça sua higiene, prepare um café, escreva, leia, exercite-se. Ponha em prática a atitude que você viu no livro de auto-ajuda. Trace sua própria estratégia de enfrentamento. Estabeleça um comportamento para si mesmo e siga a risca o que programar. Isso facilitará sua vida. Mas faça tudo isso tendo em mente a importância de estar acordado quando o dia começa. Não permita pensamentos que digam o quanto seria bom ficar deitado mais um pouco. Encare essa situação como uma batalha contra um adversário que quer a todo custo atrasar sua vida e impedir que coisas boas aconteçam com você.

Apesar de julgar ter chegado mais longe profissionalmente do que o esperava, ou seja, apesar de ter vencido mais batalhas pessoais diárias do que julgava ser capaz, ainda hoje enfrento uma barra muito pesada para vencer o sono matinal. Posso dizer com propriedade: não é fácil fazer a coisa certa. Tomar a atitude certa na hora certa. Mas é precisamente isso o que vai fazer a diferença nos resultados.

Aceitar que tem um problema é o primeiro passo para resolver o problema. Por isso é importante ter em mente o quanto é importante estar pronto para enfrentar o dia logo no começo. Faça o melhor que puder. Ninguém pensa em oferecer emprego para alguém que dorme até tarde todos os dias, familiares e amigos se preocupam ao ver você dormindo o tempo todo, ou trocando a noite pelo dia. E com razão! Isso não fará bem para você nem para o seu futuro. 

Acordar cedo, enfrentar o sono e o desânimo vão fortalecer seu espírito e fazer surgir mais oportunidades de melhoria de vida. Uma pessoa que acorda cedo é mais difícil de ser confundida com um mero preguiçoso. É alguém que inspira muito mais confiança. Busque vencer todas as batalhas diárias. Porque é isso o que vai fazer você se sentir melhor e mais satisfeito. Por mais difícil que esteja a vida, dormir e se afastar da realidade só vai aumentar sua frustração e piorar a situação. Não menospreze o valor dessa decisão aparentemente tão simples e individual. Acordar cedo pode ser a diferença entre o sonho e a realidade da sua vida presente e futura. Junte suas forças e vença um dia de cada vez. Encare essas vitórias como um motivo para seguir em frente, buscando sempre melhorar a sua vida e a das pessoas com quem se importa.

Tal como conselhos a respeito de ter boa postura, ingerir água e usar filtro solar, acordar cedo vai fazer você viver mais e melhor. Vai incluir seu nome no seleto grupo das pessoas que buscam assumirem as responsabilidades pela condução da sua vida. Esse é um desafio do qual não se pode escapar. E ceder à vontade de dormir mais vai piorar sua situação, seja ela qual for. Mesmo que seja sofrido, mesmo que nem sempre você obtenha 100% de sucesso em despertar no horário programado, vale a pena insistir e buscar a cada dia melhorar a performance. Alcançar melhores resultados. Acorde para viver, para evoluir e para melhorar. É acordado que se luta. Não fuja dos problemas, derrote-os dia após dia fazendo a coisa certa.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

O que há de errado comigo?

O que há de errado comigo?

Mais dia estranho e confuso.

Irritabilidade extrema, mesmo para mínimas coisas, no trabalho, em casa e na rua, não interessa onde eu esteja, o problema está na minha cabeça.
Desta vez eu não sei qual foi o gatilho que despertou este mal, acho que não tive motivos, meu final de semana foi muito bom, eu simplesmente não entendo o que acontece, isso mostra a minha total incapacidade de lidar com meus pensamentos, Deus me ajude.

Cheguei em casa, jantei, tomei meu banho e me preparei para dormir, sem falar com ninguém em casa, meu pai veio me pedir o que tinha acontecido, afinal sou sempre muito comunicativo em casa, e eu lhe respondi: Olha pai, hoje eu estou mal, desde de o início da  tarde, não sei o que me aconteceu, já tomei o meu remédio porque não suporto os meus pensamentos, é uma tortura eu estar acordado, preciso dormir, isso tem que passar eu não aguento. E fui dormir.

Por coincidência esse dia ruim, foi justamente no dia que eu desmarquei (semana passada desmarquei) a minha consulta com o psiquiatra, pois achei que estava um pouco melhor e não queria gastar dinheiro, meu orçamento está estourado esse mês, gastei muito com a minha saúde e remédios. Meus remédios psiquiátricos e consultas são muito caros, fora outros gastos que tive relacionados a problemas respiratórios.
Fiquei bem arrependido de ter desmarcado, pois esse seria um bom dia para ele ver em qual situação estou, enfim, tive que lidar com isso sozinho.

Tomei meu remédio e fui dormir antes das 20 horas, dormi bem até, mesmo tendo pesadelos durante o início da manhã, pesadelos esses ligados a coisas do meu passado, misturados com planos frustrados que eu tive. Como sempre, acordo assustado e com a cama toda bagunçada. Não sei como explicar, mas me parece que no sono é que alguns dos meus problemas mentais são resolvidos, tipo um pesadelo a mais, um problema a menos, não sei como explicar isso, mas sei que funciona para mim, até não tenho mais ficado chateado com os pesadelos depois que me dei conta disso.

Antes de dormir coloquei um vídeo de afirmações positivas e dormi ouvindo ele, mas desta vez não adiantou muito. Infelizmente acordei nas mesmas condições que fui dormir, mal humorado, desanimado, com má vontade e pra piorar tudo tive que vir trabalhar e fingir que nada estava acontecendo.

Minha cabeça, nesses dias ruins, é uma tortura, é torturante estar acordado, se eu pudesse tomaria mais um remédio e dormiria o dia todo, mas tenho que trabalhar, tenho minhas responsabilidades, não posso e não quero parar, eu quero viver e viver bem.

Novamente me restou a ultima alternativa, a principal, orar ao Poder Superior. 
Só me resta pedir a Deus por serenidade, coragem e sabedoria e viver mais esse dia e torcer para que esse mal passe e que amanhã seja um dia melhor. Só por Deus!

Atualização:

Por um milagre, na tarde do outro dia comecei a melhorar meu humor, fiz tudo que tinha deixado de fazer no dia anterior no trabalho e já adiantei algumas coisas. Ainda bem que consegui não brigar com ninguém e nem pedir demissão. Como estou em tratamento da minha ultima crise, ainda tenho essas recaídas, mas agora elas são menos frequentes, mas ainda são cruéis.

Mensagem final:
Se você está tomando a medicação e tratando-se com um profissional da psiquiatria, você vai continuar tendo dias ruins, mas com menos frequência, você vai notar que agora eles passam, são apenas dias ruins e não mais semanas ruins. Se você estiver fazendo tudo certo, até quando as coisas dão erradas, as coisas ruins vão passar, pode ter certeza. Faça o certo para dar certo, faça o certo até dar certo.
  

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Como tem andado?


Os dias passam e a rotina parece que está me digerindo: Acordar de manhã, passar o dia no trabalho, estudar a noite, dormir algumas horas e recomeçar o ciclo. É como ser mastigado pelos compromissos diários, deixando muito pouco tempo do dia para poder me dedicar a alguma coisa que eu realmente goste de fazer. E além disso, tem o cansaço físico e mental que destroem qualquer inspiração, mesmo nos momentos de folga, tudo parece tedioso e sem graça.

Passo a semana contando os segundos para chegar o sábado e poder ficar sem fazer nada. Sinto uma preguiça avassaladora. Quando não há compromissos de final de semana, geralmente me programo para fazer coisas para mim mesmo, como ler, escrever, editar podcast, assistir alguma série ou filme. O que nem sempre funciona. O desânimo da semana pesa tanto que na sexta-feira já começo a sentir angústia pela proximidade da segunda-feira. E tanto no sábado quanto no domingo, seguidamente o tempo é preenchido dormindo ou simplesmente imóvel na cama ou sofá, perdido em pensamentos. Enquanto a vida vai passando e nada de novo parece estar sendo construído. Nem as tarefas que programo para satisfação pessoal eu consigo ter ânimo de fazer.

Meu trabalho consiste em suportar. Tenho que suportar os rompantes de iniciativas desordenadas do meu chefe, suportar as consequências de jogar um jogo sujo e perigoso para me manter onde estou, suportar a ingratidão de quem me dedico a ajudar e sempre quer mais, suportar a inveja de quem quer estar no meu lugar, suportar a incerteza quanto ao futuro, suportar o fato de que mesmo que dê muito trabalho todo dia, nada está sendo construído, é tudo fugaz, efêmero e superficial. Grandes batalhas por nada. A tarefa principal é pura e simplesmente resistir aos assédios e pressões esperando o dia acabar e suportar a ideia de ter de passar pela mesma coisa do dia seguinte, e no outro, e no outro.

Para lidar com isso costumo usar a palavra resignação. A discrição que faço da minha situação atual não deve ser lida no sentido de uma mera reclamação ou rabugice. Até porque para muitos pode parecer um monte de white people problem sem noção. Não, não estou chorando de barriga cheia. Sei que ter um emprego bom e estudar antes de serem um peso são, sim, um privilégio. Já estive em situações na vida em que estar onde estou hoje parecia um sonho inalcançável. Sei bem o quanto vale o que eu tenho e sou muito grato ao Eterno por me proporcionar uma vida como a que tenho hoje. Se descrevo os meus dias do ponto de vista mais negativo é porque gostaria de chamar a atenção para o fato de não haver uma vida perfeita sem aborrecimentos. Viver é sofrer, e nada no mundo pode mudar isso. Mesmo um bilionário que pode comprar o que quiser passa por situações desagradáveis, quem dirá uma pessoa que precisa fazer verdadeiras acrobacias com o dinheiro para viver.

Minha vida atualmente tem sido monótona e atarefada na mesma medida, oscilando entre estresse por fazer coisas demais e melancolia por fazer coisas de menos. Resumindo quase todo o tempo que eu teria para o lazer em descansar e dormir. Isso me frustra, apesar da consciência de saber que é melhor agora do que já foi no passado. Me aborrece, deixa triste, mal humorado. E não há nada de errado nisso. O erro seria me entregar a esses sentimentos e não ver nada de bom para dar sabor à vida. Julgar a obra toda por uma parte ruim. Isso não se pode fazer.

Não sei como você tem vivido, mas acredite, se tudo parece ruim o problema pode estar mais em você do que no mundo. Resignação é saber o que precisa ser feito e fazer. É cumprir com o seu compromisso, honrar sua posição. Se minha tarefa nessa altura da vida é suportar o dia a dia corporativo, então vou fazer isso com resignação. Ciente de que tudo é transitório, são fases. E é preciso passar por cada uma dessas fases da melhor forma possível. Faça o que sabe ser o certo, cumpra os prazos, pague as contas, trabalhe bem. Aguente a burrice e a arrogância das pessoas, seja educado, asseado, invista em algo para o futuro. Faça o melhor que puder dentro da sua realidade e não dê bola se o mau humor lhe derrubar. Se as vezes a vida ficar cinza e sem gosto. Não há nada de errado em ficar pra baixo quando as coisas não vão bem. Só não deixe crescer os pensamentos de que tudo que você faz dá errado, que não há sentido em continuar vivendo desse ou daquele jeito. Isso só vai piorar sua situação e aumentar o seu sofrimento. Se estiver resignado, consciente do que deve ser feito, o sofrimento virá mas não terá força para atingir sua alma. Sua vida interior estará a salvo das ondas de azar e das rotinas enfadonhas.

Eu tenho vivido esperando ansiosamente pelas folgas de final de semana e pelas férias. Meus dias são tão chatos que por vezes penso em fazer loucuras como largar tudo e começar um negócio do zero, juntar dinheiro e ficar um tempo sem trabalhar, ir para outro país e tentar construir algo… São ideias válidas? Claro que são. Mas não deixam de ser loucuras para quem tem uma vida razoavelmente estável em meio a um país em grave crise econômica. Penso em fazer grandes viradas, em “largar tudo”, mas não faço isso. E é esse o conselho que eu lhe deixo hoje. Seja resignado no que tem que fazer, aproveite ao máximo as oportunidades que lhe são oferecidas. Não deixe que o sofrimento e a chatice do dia a dia conduza sua vida. Não tome decisões baseado no quando você está de saco cheio de alguma coisa, mas sim no que você quer para si mesmo e para o futuro. A vida é realmente chata boa parte do tempo, ninguém consegue escapar disso. Não existem recursos capazes de tirar uma pessoa desse sistema. Então o que nos sobra é aceitar essa realidade e tentar viver da melhor forma possível. Ache suas válvulas de escape, seja consciente dos seus compromissos e siga em frente, como um soldado cumprindo ordens, como uma engrenagem numa máquina. Mesmo que sua vida pareça não ter sentido, é importante seguir em frente e fazer o que precisa ser feito. O sentido de tudo o que você passa vem com o tempo. Seja paciente e resistente. Seja forte. Suporte. O tempo será seu aliado se você jogar o jogo da vida desse jeito. Tudo faz parte de um estranho e imenso plano de acontecimentos, muitos dos quais não temos poder nenhum para interferir. é impossível saber o que o futuro reserva para cada um de nós. Hoje eu posso dizer que aceito essa realidade e estou preparado para qualquer coisa. Ficarei de pé independente do que me aconteça e farei o que tenho que fazer. Esse espírito vai muito além de mero estímulo motivacional, é antes de tudo um jeito de encarar a vida. Um jeito que tenho posto em prática já faz um tempo e cujos frutos têm sido mais doces do que os que eu colhia no passado.

Espero que você consiga sentir isso também, apesar das agruras da sua vida. E que se alguma forma esse pensamento possa lhe ser útil. Não quero aqui dizer como se deve fazer isso ou aquilo, mas acho válido compartilhar as reflexões sobre o que eu tenho passado. Na esperança de, talvez, ajudar alguém a ver as coisas de um jeito que possibilite melhorar o que não está legal e permanecer firme no que tem de bom.

Como eu tenho andado? Meio a trancos e barrancos. Meio querendo mudar de vida. Meio querendo melhorar. Mas estou tranquilo quanto aos compromissos e esperançoso num futuro que eu mesmo estou plantando, dia após dia fazendo a coisa certa. Subindo um degrau de cada vez de uma escada muito alta, cansado, mas com os olhos fixos na luz que vem do topo.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Qual o meu objetivo de vida? Qual é o seu?

Qual o meu objetivo de vida? Qual é o seu?

Você tem um objetivo de vida? Eu não tinha.

O gatilho que ativou a minha ultima crise de ansiedade foi uma mudança bruscas de planos que sofri. Estava planejando morar fora do país, queria estudar e trabalhar num lugar novo, se tudo desse certo, eu estava planejando casar e ter uma família com a minha ex namorada, já tinha escolhido até o nome do meu primeiro e segundo filhos. 
Fiz minhas economias e fui atrás do meu sonho, infelizmente tudo deu errado, mas errado mesmo, fui extremamente frustrado nos meus planos, um pouco por minha culpa e outro pouco pela minha ex namorada que já tinha ido antecipadamente para lá. Toda a história que passei com a minha ex será contata em outro texto, sinceramente eu nem gosto muito de ficar lembrando disso, porque foi terrível para mim.

Como todos os meus planos e sonhos foram frustrados, tive que voltar antecipadamente para o Brasil. O dia do meu retorno, que eu chamo de "o pior dia da minha vida", também será explicado em um texto especial.

Enfim, aqui estava eu, completamente arrasado, depressivo, tendo crises de ansiedade e chorando pelos cantos, sem nenhum objetivo de vida, sem perspectiva de futuro, pois meus planos deram muito errado.

Arrasado eu procurei ajuda no N/A (Neuróticos Anônimos) da minha cidade, continuo frequentando até hoje, lá obtive algum conforto, pois podia contar e compartilhar as minhas  angustias assim como aprender muito com as experiência dos meus colegas de grupo. Lembro até hoje que num desses sábados eu declarei ao grupo que não tinha nenhum plano de vida, que não sabia para quê eu estaria vivendo, não entendia qual o motivo da minha existência.

No final desse encontro fizemos a "Oração da Serenidade", vou fazer outro texto exclusivo sobre essa oração, e nos despedimos. Fui embora pensando na oração e sobre a minha declaração daquele dia e tive uma ideia que até hoje vem me mantendo vivo. Aprendi que não precisamos ter um objetivo de vida grandioso, podemos ter pequenas metas que depois de cumpridas se tornarão grandes objetivos, talvez até um legado, mas tudo deve ser um passo de cada vez e seguindo o seu ritmo.

Eu decidi começar de algum lugar, e decidi que o objetivo da minha vida a partir daquele dia seria fazer tudo que fosse possível para curar a minha ansiedade/depressão. Pensei também: Essa é uma doença sem cura, mas eu vou chegar o mais próximo possível da cura! E por incrível que pareça, a vontade de derrotar a doença me deu um sentido na vida, estudo todos os recursos que ajudam a vence-la, faço o possível e tem dado muito certo. 

O objetivo da minha vida é vencer a minha doença!

Depois de um tempo, novos objetivos começaram a surgir, optei por não consumir mais álcool, substituir antigos vícios por virtudes e tentar me tornar uma pessoa melhor em todos os sentidos, eu decidi ser uma pessoa do bem, que leve esperança e socorro para quem precise. Me dispus a ajudar a todos aqueles que sofrem dos males da mente, desde que queiram ajuda é claro.

A iniciativa desse Blog surgiu assim, meu amigo e eu pensamos em como ajudar pessoas que sofrem dos mesmos males que sofremos, decidimos compartilhar as nossas experiências e mostrar que realmente nossa doença não é o fim, mas sim um novo recomeço.
Quando compartilhamos nossas histórias estamos também nos tratando, pensando no que fizemos e refletindo sobre o que podemos fazer a partir de agora, para nós esse simples Blog é um oásis no deserto, ele é terapêutico e está contribuindo muito para a nossa melhora.
Estamos estudando uma maneira para que nossos leitores também possam compartilhar suas experiências com nós e com o mundo. Recomendo que deixe o seu relato escrito em rascunho para futuramente nos enviar, nós queremos aprender com vocês também. Expressar aquilo que te causa enfermidade já uma terapia, escreva seu desabafo e aguarde novas instruções.
Se você estava sem um objetivo de vida, agora tem um, conte a sua história, e viva para vencer essa doença!

Mensagem final:



Comece querendo derrotar a sua doença, faça tudo que for possível, estude, busque soluções, no caminho novos sonhos vão começar a aparecer. Sim, para quem está vivo, ainda há esperança!

 

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Crise matinal


Acordei nervoso. Olhei para o relógio e vi que me atrasaria para o trabalho pois não ouvi o despertador tocar. O coração estava acelerado e eu sentia um desconforto muito grande nas costas e nos braços. Os sons ao meu redor pareciam muito altos e insuportáveis. Fiquei deitado por alguns instantes tentando sair daquilo e levantar, mas simplesmente não conseguia. Moro próximo a uma avenida muito movimentada e por conta disso meu apartamento é bastante barulhento. Quando me mudei tive um longo período de adaptação, não conseguia dormir nem fazer nada com todo aquele barulho de veículos passando o tempo todo, mas com o tempo acabei acostumando. Hoje estou razoavelmente acostumado, só me lembro do problema quando durmo fora de casa, em algum lugar silencioso, e vejo como é bom poder descansar no silêncio. Entretanto, hoje acordei com uma sensibilidade terrível ao som. Cada carro, moto ou caminhão que passava fazia meu estômago revirar e meu peito quase explodir de fúria. Tentei cobrir a cabeça com o travesseiro, mas não funcionou.

Estava preocupado com o horário, precisava me aprontar para o trabalho. Mas naquelas condições eu mal conseguia raciocinar. Só de imaginar estar na presença de outras pessoas meu corpo inteiro tremia numa repulsa fora do normal. Quando o ar começou a ficar pesado, difícil de inspirar, foi quando reconheci que estava tendo uma crise de ansiedade. Já tive várias, umas mais leves e outras mais extremas. Essa parecia não ser das piores, mas não podia provocar a situação. Precisava me acalmar.

Peguei o celular e enviei uma mensagem para o grupo do trabalho, avisando que iria me atrasar. Deitei com as mãos na cabeça e comecei a tentar ordenar meus pensamentos. Os ruídos do dia reverberavam dentro de mim, insuportáveis. Uma mistura de de repulsa com ódio a cada barulho e cada voz que ouvia passando na rua. Tentei focar o pensamento em algo, me concentrar nos movimentos da respiração, aliviar conscientemente os músculos e todas as técnicas de relaxamento que eu conheço. Nada parecia funcionar. Minha mente estava agitada, elétrica. E meu corpo respondia com tiques e muito suor.

Não sei quanto tempo fiquei naquela situação, as ondas de pensamentos pareciam intermináveis. Umas duas horas, talvez. Depois as coisas começaram a acalmar e uma sensação de alívio foi crescendo aos poucos. Foi quando levantei e fui até o banheiro. Meu rosto estava péssimo, me sentia incrivelmente cansado. Um resíduo da super sensibilidade ao som continuava incomodando e o coração continuava acelerado. Mas eu estava melhor, sentia que o pior já tinha passado. Olhei o relógio e estava passando da metade do horário do expediente da manhã, se me apressasse chegaria antes do horário de almoço no trabalho. Mas decidi ficar o resto do tempo em casa, tentar me recuperar por mais algumas horas do que tinha acontecido.

Então tomei banho, me vesti e preparei algo para comer. Tomei a medicação da manhã. O estômago queimava em uma forte azia que pensei ser fome, mas não tinha vontade de comer nada. Comi um pedaço de mamão que sempre me ajuda com queimações no estômago e bebi uma xícara de café com leite gelado. Saí da mesa ainda com dor no estômago e sentei no sofá da sala. Meu cachorro, que sempre percebe quando as coisas não vão bem, sentou ao meu lado e dei um pouco de atenção a ele. O som da avenida em frente de casa continuava muito alto nos meus ouvidos, me estressando. Mas o corpo parecia estar mais relaxado.

Preparei as coisas na mochila, hoje a noite tenho aula depois do expediente, tentei adivinhar se vai esfriar ou chover mais tarde, separei um casaco e deixei tudo pronto para sair. Mesmo ainda nervoso eu não podia ficar mais tempo em casa. Em outros episódios parecidos com o de hoje tirei o dia de folga e o resultado foi desastroso profissionalmente. É muito complicado explicar o que acontece nessas situações para quem nunca passou por isso. A imagem que fazem é de uma desculpa esfarrapada para faltar ao trabalho por preguiça, e nada poderia estar mais longe da verdade. Agora, sempre que tenho esse tipo de problema me vejo obrigado a disfarçar que está tudo bem e seguir em frente. Em dias como hoje, me dou ao luxo de perder algumas horas do dia a um preço calculado. É mais fácil de administrar do que a falta de um dia completo. Não é o suficiente, mas pelo menos sei que não terei uma crise nervosa constrangedora em pleno ambiente de trabalho. Consigo ficar afastado pelo menos no horário de pico. Nem sempre é possível, mas ainda bem que hoje foi um dia em que pude ficar umas horas em casa, sozinho, antes de sair.

Agora estou no trabalho, cheguei no horário de almoço do pessoal e resolvi registrar o acontecido neste texto. É a primeira vez que traduzo uma crise dessas em palavras. Ainda estou nervoso pelo efeito emocional. Mas creio que consegui descrever o essencial. Ainda sinto o estômago queimar, continuo com uma vontade imensa de ficar sozinho e em silêncio, os ruídos continuam me incomodando. Mas estou aqui, cumprindo meu papel, arcando com minhas responsabilidades. Hoje será mais um dia em que farei tudo que preciso no piloto automático, rezando para poder chegar em casa e descansar. Mais um entre tantos que já vivi desta maneira.

Mas sou grato por ter remédios em casa, por ter podido descansar algumas horas depois da crise, sou grato por ter me alimentado e tomado banho. Por poder estar no trabalho que paga minhas contas e proporciona uma vida digna para mim e minha família. Sei que cada pessoa tem a sua cruz para carregar e essa parece ser parte da minha. De vez em quando tenho essas crises e preciso improvisar para lidar. E sou grato por poder dizer que, dentro do possível, tenho lidado relativamente bem com tudo.

Creio que só tenho o discernimento necessário para administrar a situação porque me trato há um tempo. Não faço uso de nenhuma substância que mexa na minha cabeça além dos remédios receitados pelo psiquiatra e semanalmente faço sessões de terapia. Com isso, não posso dizer que o problema sumiu, mas tenho essa desenvoltura em lidar com ele. Consigo conter boa parte do impacto emocional e não deixar que a desordem causada pela crise destrua minha vida social e profissional. Por isso sou grato ao tratamento que faço também, sem o qual certamente ainda estaria em casa passando mal e arriscando piorar minhas condições por não conseguir manter as responsabilidades.

Mais um dia, mais um degrau. É assim que eu encaro tudo pelo que tenho que passar. Amanhã será outro dia e certamente novas provações virão. E com fé e resignação, eu enfrentarei em superarei todas elas.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Depressão é coisa de vagabundo? Vai carpir um lote que passa.

Depressão é coisa de vagabundo?

Vai carpir um lote que passa.

Olha, no meu caso, eu só tive contato com a depressão e ansiedade quando estava trabalhando, para mim sempre foi um fenômeno intimamente ligado ao excesso de trabalho. As pessoas tem dificuldade em entender que a depressão é uma doença, eu entendo como a pior de todas. Realmente quando estamos em crise o problema não é a falta de vontade de trabalhar, mas sim a falta de vontade de viver!

Sei de muita gente que ficou deprimida por trabalhar demais ou por perder o trabalho, sinceramente, nunca conheci um vagabundo com depressão, vagabundos não sofrem pressão, não tem que cumprir horários, vagabundos fazem o que querem, eles "não tem motivos" para ter depressão.

Temos que encarar uma realidade, depressivo ou ansioso é a pessoa que foi diagnosticada por um psiquiatra como portador deste transtorno. Não é seu pai, sua vó, ou seus parentes que dão o diagnóstico de depressão. Não concordo quando o termo depressivo é usado erroneamente por aí, ou associado a palavra vagabundo, afinal é uma doença! Você chamaria um portador de câncer de vagabundo porque ele não pode trabalhar? Ou você poderia chamar um enfermo de dengue de vagabundo também? Depressão, câncer e dengue são doenças, então leve mais a sério essa questão.

Vai carpir um lote que passa! Será?

Como disse antes, nunca vi um vagabundo com depressão, mas sim pessoas que trabalham demais ou que perderam seus empregos, mas enfim, se carpir um lote curasse a depressão eu com certeza seria o maior capinador de lote do Brasil, ficaria rico montando uma empresa de capina e roçada de lotes. 
Se fosse tão simples assim de resolver, a depressão nem sequer existiria, outra coisa, nunca vi trabalhos forçados e pesados curarem alguém, mas adoecer as pessoas sim.




Mensagem final:

Geralmente quem te chama de vagabundo, é um vagabundo de verdade. Bola pra frente, busque ajuda profissional, se levante e não se preocupe com a opinião dos outros, busque a sua melhora! Não tenha vergonha por ter uma doença.