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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Escrever

Escrever neste blog é algo que faço somente pela satisfação de fazer. É bom me dedicar a construir algo que seja em si o motivo do trabalho. Passo meus dias me dedicando a trabalhar em projetos de outras pessoas e estudando matérias que acho chatas visando um dia reverter todo esforço em uma nova realidade profissional. Quase todo o tempo que disponho na vida acaba sendo dedicado a coisas que me sinto obrigado a fazer por razões externas. Com esse blog a história é diferente. Aqui eu faço por prazer, por necessidade pessoal de escrever. Estou acumulando textos escritos em momentos diferentes da vida apenas para que eles existam e, com alguma sorte, sejam lidos por alguém. É o tempo que separo na semana para ser eu mesmo, para construir algo pessoal. Meu projeto pessoal, meu hobby, minha válvula de escape. 

Tenho necessidade de me expressar desde sempre e a forma de expressão que me é mais acessível é a escrita. Quando transformo os pensamentos em palavras parece que estou organizando as coisas dentro da minha cabeça, abrindo espaço entre as formas e pensamentos. Por isso, sempre mantive diários ou anotações ao longo da vida. Tentativas de trazer para fora um pouco da pressão que interna, como o vapor que sai barulhento de uma panela de pressão. Por vezes não encontro um ponto claro na última semana para contar e refletir. Em meio aos incontáveis acontecimentos e informações que tive acesso enquanto cumpria com minhas obrigações, nenhum me pareceu especial ao ponto de ser registrado. Mesmo assim o impulso de escrever lateja na minha mente. Preciso pôr algo para fora, preciso criar algo. Então seleciono uma trilha sonora, me acomodo bem em frente ao computador e deixo os dedos se moverem livremente em busca de significado, formando frases que se conectam tão harmonicamente quanto possível.

Na adolescência eu costumava ter alguns cadernos secretos, que escondia nas profundezas do meu quarto, onde eu desabafava e escrevia tudo que vinha à mente. Frustrações, reflexões, pseudo poemas, desenhos, confissões de coisas que pareciam verdadeiramente sérias naquela época. Os temas eram variados mas existia uma constante: o esforço para manter a sinceridade, para não me deixar levar pelo que eu gostaria que fosse ao invés do que era de fato. Vez ou outra alguém da minha família encontrava um caderno desses e passava um tempo me dando indiretas ou fazendo comentários sobre o que leu, o que me levava a destruir tudo, geralmente queimando as páginas em um ritual pessoal noturno no quintal. Com o tempo tive vários cadernos e acumulei pedaços de papel onde anotei coisas que julguei importantes mas que se perderam com o tempo. Quando passei a ter acesso à um computador com certa frequência, no trabalho, minha primeira iniciativa foi a de começar um blog chamado “Chuva de Lágrimas” onde repetia exatamente o mesmo perfil utilizado para escrever nos cadernos. Publicava pensamentos, postava imagens extraídas de sites, colava letras de músicas e qualquer coisa que viesse à mente, ignorando na época o fato de que pessoas desconhecidas provavelmente leriam e julgariam o que eu escrevia. Tudo sem me importar com direitos autorais e coisas sérias da internet, eram outros tempos. Depois disso tive outros blogs, uns um pouco diferentes em sua proposta, algumas vezes tentei envolver mais pessoas na ideia de um grande blog temático, mas os projetos nunca duraram muito tempo. Provavelmente porque a necessidade de escrever não é uma coisa comum a outras pessoas.

Ao longo dos anos mantive algumas anotações em redes sociais e em blogs que nunca divulguei. Era minha forma de liberar pressão. Mas nunca mantive um projeto de forma ordenada, nunca me impus um compromisso de escrever e publicar. Por isso, quando meu amigo me chamou para começar este projeto, mesmo sabendo que a era dos blogs já passou, eu aceitei começar a postar pensamentos de forma periódica. Mesmo eu tendo feito o que faço aqui aleatoriamente ao longo da vida toda, eu não construí nada minimamente estruturado com o que escrevi. Foi tudo jogado ao vento sem motivo de ser. Apenas pequenas explosões que evitaram explosões maiores, mas sem uma lógica que unificasse o pensamento ou mesmo que fosse possível extrair algo útil. Não desprezo o que já escrevi por aí, mesmo as besteiras que disse por burrice e imaturidade, mesmo as coisas que gostaria de não ter dito, nada disso eu renego. Mas sinto que por causa deste projeto, deste blog, chegou o momento de eu dedicar algum tempo sério para essa necessidade de escrita. Preciso ordenar os pensamentos e focar o potencial em algo. Por isso sigo postando aqui as coisas que me ocorrem. Tento manter a frequência e manter um mínimo de capricho nos textos (apesar das ferramentas deste blog serem bem bugadas e insatisfatórias). Esta é a minha primeira iniciativa séria de manter um blog pessoal, é a realização de um desejo muito, muito antigo. A simples existência do blog é o motivo final dele existir. Ter o compromisso de vir aqui e dizer algo que tenha a ver com o enfrentamento das minhas batalhas pessoais, compartilhar reflexões, sugerir ou simplesmente comunicar ideias, é o motivo final de escrever. É algo que faço por mim mesmo, algo pessoal e íntimo que não tenho problemas em tornar público. 

Dentre todos os meus afazeres, compromissos, projetos e trabalhos, este é o único assim, o único que faço porque realmente quero fazer, não por me sentir obrigado. E tem sido bem importante conseguir manter as coisas funcionando apesar das paradas. Me faz bem saber que pelo menos uma parte do meu tempo está sendo gasta com algo que é um desejo sincero, uma manifestação legítima de mim mesmo. Fora daqui tudo tem outras razões, tudo tem outro embasamento. Aqui tudo é realmente meu, realmente eu. O que satisfaz tanto a necessidade de me expressar quanto realiza o sonho de escrever para ser lido. 

Há quem pratique esportes, quem seja viciado em algo, quem se dedique à arte. Eu escrevo, é o que gosto de fazer. E faço porque que gosto, porque tenho necessidade, porque sinto que devo. E esse blog é a semente que estou plantando hoje esperando que cresça e vire uma grande árvore no futuro. 



Recomendações: Ouça a música “Um bom lugar” do rapper brasileiro Sabotage; Zere o jogo Detroit: Become Human (2018); Elogie o trabalho de alguém.


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