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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Fazer o certo agora


Frequentemente me deparo com situações na vida que são acidentais. Provocadas por alguma condução abstrata dos fatos que levaram tudo a ocorrer de uma certa forma específica que culminasse, naquele exato momento, com um fato que aparentemente não está conectado com nenhuma de minhas escolhas. Nessas ocasiões percebo o quanto não posso controlar minha vida. A bem da verdade, já faz tempo que desisti de controlar tudo que me acontece. Passei a aceitar que as decisões que eu tomo são uma minúscula parte de um todo muito maior que sequer sou capaz de compreender, quanto mais controlar. Essa generosa dose de caos está presente nas vidas de todo mundo. Por mais que nos esforcemos para ter uma vida feliz, que persigamos nossos sonhos, que organizemos tudo ao nosso redor, a maior parte do que nos acontece não está sob nosso comando.

De fato as escolhas que fazemos são, sim, importantes e acabam se desdobrando em consequências de grande relevância. É preciso ser responsável e escolher bem antes de tomar decisões. Mas chamo aqui a atenção para aquilo que não se pode calcular, para as eventualidades e resultados inesperados que obtemos ao longo da nossa jornada e que acabam preenchendo a maior parte do que nos acontece.

Perceber essa característica da vida foi bem importante para entender a minha condição psicológica, e penso que seja útil para outras pessoas também. Perceber que, embora sejamos responsáveis por tomar decisões e escolher caminhos, nem tudo o que acontece na nossa vida advém das nossas escolhas. Aliás, de forma absoluta muito pouco está realmente relacionado. Existe um sem número de fatos e situações que ocorrem conosco diariamente por razões que nunca seremos capazes de compreender. A cadeia de eventos que acontece fora do nosso campo de visão e envolve as escolhas e consequências das vidas de outras pessoas interferindo na nossa é praticamente infinita aos nossos olhos. Até mesmo coisas mínimas como esquecer um objeto num lugar ou decidir por um prato ao invés de outro no restaurante podem fazer parte de um emaranhado de eventos de diferentes graus de importância nas vidas de pessoas que nem mesmo sabemos da existência. E, da mesma forma, nossa vida é influenciada por fatos alheios o tempo todo, criando as opções para escolhermos ou impondo situações para a qual devemos enfrentar sem que tenhamos feito nada, ou quase nada, para provocar.

Esses fatos dos quais não temos controle podem ser ruins, como num dia ruim, ou podem coroar nossa vida de um sucesso inesperado que traz imensa alegria. Estamos sempre à mercê do que pode vir a nos acontecer sem saber o que vem pela frente. Torcendo para que nossos planos deem certo ou para que as coisas mudem para melhor, sem efetivamente poder ter certeza de nada. Somente nos restando a opção mais sábia de aceitar o que vier e prosseguir com nossa vida da melhor forma que puder, seja num cenário favorável ou lidando com sofrimento. Percebendo isso é que interpreto o nome deste blog, Fazer o Certo Agora, como uma filosofia pessoal eficiente para enfrentar qualquer situação que surja.

Por mais que se tente relativizar os conceitos de certo e errado, se formos bem sinceros conosco mesmos saberemos em nossos corações quando uma atitude ou palavra dita são certas ou não. Temos como saber em nossas consciências que ser arrogante não vai nos levar a uma vida feliz, sabemos que se usarmos drogas para recreação estamos arriscando perder tudo para o vício, sabemos que chegar atrasado atrasa a vida de todos e que não valorizar os tesouros que temos nos faz empobrecer. Depois de uma idade, que varia de pessoa para pessoa, fica bem claro como reconhecer qual é o certo a se fazer. Então não podemos argumentar não saber o que é o mais certo a ser escolhido, pois sabemos, sim, de fato, o que é o mais certo e mais justo. O que é difícil, muitas vezes, é especificamente suportar o desconforto de fazer o certo. Fazer a escolha difícil. Isso sim. Geralmente fazer o certo não é a escolha mais confortável. Mas, saber o que é o certo a ser feito, sentir entre as opções qual é a certa, isso sempre temos como saber.

Embora não tenhamos controle da nossa vida, nos restando apenas pequenas escolhas a serem tomadas em um imenso e complexo jogo de causas e efeitos, existe a opção de condicionarmos nossa atitude ao ponto de fazer todas as escolhas segundo uma perspectiva. Nesse caso a maioria das nossas decisões se dará no “piloto automático”, até mesmo por reflexo, em consonância com os protocolos que assumimos. Se deixamos um sentimento específico controlar nossas escolhas, tudo que fizermos nos conduzirá por um caminho de vida que seja condizente com esse sentimento. Entraremos em situações que foram guiadas por essas escolhas. E o sentimento em questão acabará sendo uma espécie de norteador do que nos acontece. Da mesma forma, se optarmos conscientemente por fazer sempre a “escolha certa” nas decisões importantes, se focarmos nossa atitude em fazer o certo nesse exato momento, com o passar do tempo ficamos mais e mais condicionados a tomar decisões e fazer escolhas que sejam corretas segundo nossos mais sinceros e íntimos sentimentos e percepções.

A principal vantagem nisso está no longo prazo. Acumular escolhas feitas com a genuína intenção de fazer a coisa certa nos livra em grande quantidade do peso da culpa e do arrependimento de ter feito uma má escolha. Podemos pensar que, independentemente do que estamos passando no momento, não foi por um erro nosso. Não estamos sendo vítimas da nossa própria falta de caráter ou algo que o valha. Seja lá o que forem as consequências das nossas escolhas, o que está nos acontecendo é o certo a acontecer. Por que no que nos coube escolher, buscamos verdadeiramente fazer sempre a escolha certa. Muitas vezes optando pelo caminho mais difícil, sem trair o princípio de fazer o que é certo.

Por isso, Fazer o Certo Agora significa tomar boas decisões como um investimento na própria vida. Sabendo que isso não vai garantir um futuro lindo e perfeito, porque nada nesse mundo pode garantir isso, mas oferecendo gradativamente um estado de calma para si mesmo quanto ao que acontece de fato em relação ao que poderia ser. Continuamos a mercê da sorte, só que bem mais blindados quanto à sentimentos de auto sabotagem. Nos condicionando a fazer a coisa certa por instinto. Colhendo tanto as consequências boas quanto as difíceis que a vida oferece a todos o tempo todo, mas com a certeza de não estar criando cenários ruins, nem para nós mesmos nem pra ninguém, por culpa das nossas falhas morais e irresponsabilidades.

Sugiro que, se isso for alguma novidade para você, experimente a sensação de buscar fazer tudo certo em sua vida por uns dias. Tente fazer o melhor possível, dando atenção aos detalhes, mas sem se perder em pequenezas. Tente andar na linha, fazer o certo agora, nesse instante. E observe o quanto isso vai reverberar nos fatos que te cercam no dia a dia. E sobretudo, repare nos sentimentos que você nutre por você mesmo com o passar do tempo.

Fazer o certo no máximo de escolhas diárias possível tem sido o norte das minhas decisões desde que me recuperei do último acidente que quase me ceifou a vida. E a cada dia que passa percebo com mais intensidade ser esse, na verdade, o caminho. É uma escolha geral, que norteia as outras escolhas. Se por um lado não impede que venham dias ruins, por outro vai garantir que não me sinta mal comigo mesmo por ter um dia ruim. Se o que nos resta é fazer umas poucas escolhas, que passemos então a fazer boas escolhas, escolhas certas. E que a vida siga seu rumo.

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